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CARTAS A UM ARMÁRIO-POR-JOSÉ INACIO SPERBER

CARTAS A UM ARMÁRIO:

O QUE DIZEM AS VOZES LGBTQIA+?

Em minha pesquisa de Conclusão de curso da Graduação em Artes Visuais, analisei as narrativas de diversas pessoas LGBTQIA+ que sofreram violências e que contaram essas experiências em uma performance que realizamos na Universidade Regional de Blumenau – FURB em 2019.

Os relatos dessas pessoas indicavam que, muitas vezes, parafraseando um dos participantes da pesquisa: “A família é o nosso primeiro armário”.

fotografia da performance art "Cartas a um armário": duas pessoas estão sentadas ao chão. No piso de materira estão estendidos fios de tecido e velas.
–  Fonte: Priscila Adratt

A partir dessa exposição, eu gostaria de deixar registrado neste artigo um pedido muito importante a todas as pessoas que nos leem neste momento: sejam, todos vocês, defensores da causa LGBTQIA+. Não deixem que piadinhas homofóbicas, que opiniões preconceituosas, que violências físicas e morais aconteçam na presença de vocês.

Sejamos todos nós pessoas que lutam para que o nosso país deixe de ser o recordista de mortes de pessoas que não escolheram ser diferentes, pois se assim tivessem essa opção, jamais teriam escolhido viver com medo de amar e de ser quem se é.

Eu escolhi ser professor, ser artista, ser pesquisador, porque acredito que nenhuma destas situações está apartada de quem eu sou. Afinal, me constituo enquanto ser humano na relação com os outros, comigo mesmo e com o contexto social em que eu vivo. E é também nas minhas atividades pedagógicas, por meio das minhas criações artísticas e com as pesquisas que eu faço, que eu também luto por uma sociedade sem preconceito.

Cada um de nós tem o dever e a obrigação de respeitar o outro, independente de suas crenças religiosas, de suas opiniões políticas, da sua orientação sexual e identidade de gênero.

Então, para finalizar, sejamos nós pessoas que fazem parte dessa luta por respeito a diversidade. Sejamos nós aqueles que destrancam os armários, ao invés de fechá-los.

Eu tenho orgulho de ser quem sou e vou lutar por toda a minha vida para que outras pessoas possam ter o direito de viver a sua vida sem medo. Nós não voltaremos aos armários, pelo contrário, quebraremos as correntes e destrancaremos as fechaduras das prisões que insistem em tentar nos trancar.

O mês do orgulho LGBTQIA+ é momento de celebrar a nossa existência de lutar pelos nossos direitos. Que sejamos resistência a todo o retrocesso que cai sobre nós neste momento e que a luta dos nossos antepassados possa guiar as nossas batalhas que estão por vir.

E para fechar este texto, trago uma citação da autora Conceição Evaristo: “Eles combinaram de nos matar. Mas nós combinamos de não morrer”. Sigamos resistindo e lutando por uma sociedade mais inclusiva a toda a diversidade que existe no mundo!

José Inacio Sperber

Atualmente cursando mestrado em Educação na Universidade Regional de Blumenau – FURB                        Graduado em Artes Visuais também pela mesma universidade.                                                                                    Gay e militante do movimento LGBTQIA+.                                                                                                        Pesquisador na área de Arte, Estética e Educação.

Informações para contato:
E-mail: joooseinacio@gmail.com
Facebook: https://www.facebook.com/jose.inaciosperber
Instagran: @inaciosperber

Fonte: 50 Mais Aprendiz Digital

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