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LAVAR LOUÇA, VARRER CHÃO, DOBRAR ROUPAS E FAXINA, PROLONGA A VIDA

 

Estudos, pesquisas no mundo todo releva: lavar louça, varrer o chão,

fazer faxina e dobrar roupas prolonga a vida

 

Varrer a casa, tirar o pó, lavar e passar a roupa, cozinhar: todas as atividades domésticas são excelentes para a manutenção da saúde, sobretudo a do sistema cardiorrespiratório. Um vasto estudo conduzido por cientistas canadenses mostra que seria altamente necessário reintroduzir atividades físicas obrigatórias em nosso modo de vida sedentário.

Uma das tarefas de casa menos populares entre todos nós é lavar a louça. Muitas pessoas preferem cozinhar, limpar a casa toda e até mesmo fazer compras no mercado, se isso significar que não precisarão passar algum tempo de pé, na pia da cozinha, esfregando pratos e panelas.

A pesquisa teve amostragem de 153.996 pessoas (57,9 % mulheres), vivendo em 17 países, com poder aquisitivo elevado (Canadá, Emirados Árabes Unidos e Suécia), intermediário elevado (África do Sul, Argentina, Brasil, Chile, Malásia, Polônia e Turquia), intermediário baixo (China, Colômbia, Irã) e baixo (Bangladesh, Índia, Paquistão e Zimbábue). As pessoas pesquisadas vivem em meios urbanos (348 comunidades) e também no meio rural (280 comunidades).

Em todos esses níveis e lugares o resultado principal foi o mesmo: Desempenhar pelo menos 150 minutos semanais de atividades físicas durante sete anos diminui o risco global de morte de 8%.

Não se sabe o motivo pelo qual essa atividade é tão detestada, mas aparentemente deveríamos repensar nosso relacionamento com as louças sujas, de acordo com um estudo realizado pela Universidade de Buffalo, nos Estados Unidos.

 

 

O estudo foi realizado durante 3 anos, com 6.000 mulheres com idades entre 63 e 99 anos, e mostrou que realizar atividades como lavar louça ou coisas semelhantes, como dobrar roupas ou varrer o chão, pode ter benefícios muito positivos no prolongamento das vidas dessas pessoas.

As mulheres estudadas que dedicaram 30 minutos por dia às atividades físicas mais leves (dobrar roupas, varrer o chão ou lavar as janelas), tiveram um risco 12% menor de morte. Já as mulheres que eram capazes de fazer meia hora de atividades moderadas ou vigorosas (caminhadas rápidas ou andar de bicicleta em um ritmo tranquilo), tiveram o risco de mortalidade 39% menor.

Os médicos não se cansam de repetir: toda atividade física é boa para o corpo, a mente e o coração. Não importa se se trata de fazer faxina, caminhar para se dirigir ao local de trabalho, fazer compras a pé ou fazer uma sessão de ginástica em academia, tudo isso pode concorrer para a prevenção de problemas cardiovasculares e vários outros. Isso foi largamente demonstrado por um importante estudo feito por canadenses: o estudo PURE (Prospective Urban Rural Epidemiology), cujos últimos resultados acabam de ser publicados na revista científica The Lancet.

“Fazer algo é melhor do que nada, mesmo com níveis de atividade física menores do que os recomendados”, disse o principal autor do estudo, Michael LaMonte, professor associado de epidemiologia e saúde ambiental na Escola de Saúde Pública e Profissões de Saúde da UB. “Até onde sabemos, este é o primeiro estudo a mostrar isso.”

 

O estudo utilizou uma nova maneira de coletar os dados. Ao invés de questionários, os pesquisadores mediram a atividade física usando acelerômetros.

Os acelerômetros detectam, documentam e armazenam eletronicamente os padrões de movimento diários e a intensidade em um relógio de 24 horas. As mulheres acompanhadas pelo estudo usaram os dispositivos entre quatro e sete dias. Depois desse período, os pesquisadores baixaram as informações e fizeram uma análise.

“Nenhum outro estudo tão grande como o nosso e especificamente sobre mulheres mais velhas incluiu este passo para melhorar a interpretação dos dados acelerômetro em um contexto relevante para os participantes do estudo”, disse LaMonte.

Embora o estudo tenha sido focado em mulheres mais velhas, ele transmite uma mensagem poderosa para as mulheres mais jovens: é importante começar a cuidar da saúde ainda na juventude, para que quando a velhice chegar seja mais fácil manter os hábitos.

O estudo, apesar de focado em mulheres, também pode servir de alerta para os homens, qualquer tipo de exercício físico, quando realizado de forma correta, faz bem para a nossa saúde. Portanto, as atividades domésticas não devem ficar apenas com as parceiras, todos podem fazer alguma coisa para ajudar.

Fazer faxina pode reduzir estresse

 

Na Inglaterra, uma outra pesquisa concluiu que fazer faxina por apenas 20 minutos seguidos por semana pode trazer benefícios para a saúde mental. Isso é o que sugere um estudo publicado na revista científica British Journal of Sports Medicine.

O objetivo dos pesquisadores do University College, em Londres, era estabelecer quais atividades físicas traziam mais benefícios para a saúde mental e quantificar o tempo necessário para que os exercícios tivessem impacto psicológico.

Os resultados indicam que são necessários 20 minutos seguidos de exercício – o suficiente para deixar a pessoa ofegante – para que a atividade física provoque uma “melhora no humor” e diminua o estresse.

 

 

A equipe de pesquisadores estabeleceu ainda que as atividades mais apropriadas seriam a faxina, a jardinagem, a caminhada e a prática de esportes.

Para chegar aos resultados, a equipe perguntou a 20 mil pessoas quanto tempo e que tipo de exercícios praticavam semanalmente, além de questões sobre o estado de saúde mental. Dos voluntários, 16% (3,2 mil) sofriam de algum tipo de estresse ou ansiedade.

De acordo com o estudo, os praticantes de esportes reduziam os riscos de estresse em cerca de 30%, enquanto a caminhada e as atividades domésticas como faxina e jardinagem contribuem para uma redução de 20%.

“Muitos estudos sugerem o benefício da prática de exercícios na saúde mental, mas pela primeira vez conseguimos quantificar o tempo necessário para que a atividade faça diferença”, disse Mark Hamer, que liderou o estudo. “No entanto, é uma questão como a do ovo e a galinha, já que a maioria das pessoas que sofrem de estresse ou ansiedade são menos propensas a praticar exercícios físicos”, explicou. Apesar dos resultados, a equipe afirma que o próximo passo da pesquisa será descobrir quais os mecanismos que influem na relação entre a atividade física e a saúde mental.

Segundo a ONG Sane, que trabalha com saúde mental, as razões do estresse são geralmente pouco compreendidas e em casos mais sérios, as pessoas precisam procurar ajuda profissional. No entanto, o porta-voz da organização, Richard Colwill, afirmou que os resultados do estudo podem contribuir para uma melhora nas pessoas que sofrem de problemas de saúde mental.

“A pesquisa oferece esperança de que pequenas mudanças no estilo de vida podem contribuir para o bem-estar psicológico”, disse Colwill. “O cérebro é um órgão tão ‘físico’ quanto o coração ou os pulmões. Por isso, não deve ser uma surpresa que pequenas quantidades de exercícios regulares podem contribuir para uma redução nos problemas psicológicos”, concluiu.

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